quarta-feira, 27 de maio de 2009

Não era amor. Aquilo era solidão e loucura, podridão e morte. Não era um caso de amor. Amor não tem nada a ver com isso. Ele era uma parasita. Ele o matou porque era um parasita. Porque não conseguia viver sozinho. Ele o sugou como um vampiro, até a última gota, para que pudesse exibir ao mundo aquelas flores roxas e amarelas. Aquelas flores imundas. Aquelas flores nojentas. Amor não mata. Não destrói, não é assim. Aquilo era outra coisa. Aquilo é ódio.

Caio F. Abreu - Caixinha de Música.

Será que você não entende? Será que não vê, o tanto que eu preciso de você?
(....) Mentiras. Minhas, e suas. Talvez seja isso, nos perdemos nas mentiras, no orgulho, na vontade imensa de nada ter. Quem sabe (...) pra nada tenham servido. Ah, serviu sim, serviu pra isso. Pra agora. Eu aqui, e você ai, esbanjando essa sua alegria medíocre. Será que você está satisfeito? Toda essa felicidade ai, vem de onde? Porque não consigo acreditar, que depois de tudo, que vivemos, você possa estar tão realizado com o suposto fim. Fim de quê mesmo? Fim da minha ilusão, porque é ilusão que isso deveria se chamar. Não se pode chamar de amor um sentimento singular, quando só um sente, não é amor, e tudo mais que poderá ser, se acaba.
Poderia eu ter tentado mais? Ter lutado com toda aquela objetividade? São tantas perguntas, que consequentemente, não tem respostas, não existe, não é válido. 
Não quero mais tentar, não aguento subir no topo mais alto, e cair. Se espedaçar, quebrantar, e novamente ficar aqui, colando os restinhos de mim, sozinho. A sua alegria me afeta, me faz mal, me faz morrer cada vez mais. Porque você não está aqui agora?
Como você está? Onde se encontra seu coração? Eu já não quero mais saber, de mim, nem de você. Game Over, você acaba de vencer. Vencer mais uma vez.
Parabéns, você acabou com o meu coração, e esse é o seu prêmio.
Agora me desprenda, diga que não me quer, que já não sente mais nada, que nunca existiu, seja verdadeiro, ao menos uma vez. Me liberte de tudo isso, confessa que foi um jogo, e que você não sabe perder. Só não se desculpe, não me dê esperanças. Me deixe ir, sem olhar pra trás, esperando que o destino se encarregue do resto. 

The beggining of the end.

domingo, 24 de maio de 2009

Queria conseguir verbalizar tudo o que sinto. Que todas as palavras presas em minha garganta pudessem ser cuspidas. 

Mas não são. 

A única coisa que consigo é gritar. Gritar até meus pulmões se ferirem, até minha voz se esvair. Gritos sem nexo e sem controle. Que não arrancam nada mais do que o ar de meus pulmões. 

O vazio que deveria ir embora? Ainda continua aqui. 

Ainda.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

"Aquela maldita música não saía de minha cabeça. Eu havia deixado o laptop ligado, conectado as malditas caixas de som novas que comprei, numa tentativa inútil de me ocupar ou tentar me divertir com algo.
Como se caixas de som fossem substituir você.
E eu perdi as contas de há quanto tempo estou escutando as mesmas frases. De quantas garrafas eu já bebi pensando em você. De quantos cigarros traguei pensando naqueles perfeitos olhos azuis.
Os meus olhos azuis. Independentemente de qualquer coisa, eu sabia que eles seriam para sempre meus. Você havia prometido, afinal.
Aliás, promessas foram o que mais fizemos ao longo desse tempo, huh? E é, algumas até cumprimos... outras, eu prefiro nem comentar. Eu prefiro nem lembrar. Não quero deixar esse sentimentalismo barato me tomar por mais uma vez. Eu não era assim."

"Eu respirei fundo, apertando meus olhos e o cigarro entre meus dedos. A claridade do sol agora incomodara meus olhos irritados. Deveriam ser o que... cinco? Seis horas da manhã? Eu estava pouco me fodendo para o tempo. Não importava a hora que fosse, não importa. É um inferno sem você, vai ser sempre assim."

"(...) até que o impulso de escrever sobre você veio como um choque. Eu precisava pôr tudo no papel.
Mas como? Em uma música? Eu tentei, tentei inúmeras vezes escrever algo que estivesse á sua altura, mas acho que palavras não são o suficiente, McCracken. Nenhum pouco.
Palavras não o trarão de volta para mim, eu tenho absoluta certeza disso."

"A dor persistia.
Perfurava meu peito de tal forma que... incontáveis vezes eu pensei em desistir. Você sabe. Eu sou fraco. Você me dava forças. Agora você não está, eu perdi as minhas forças... eu... eu perdi você. Eu fito essas palavras que acabei de escrever e a ficha não cai. O que realmente cai... são as lágrimas.
Eu não queria chorar, eu queria ser forte. Como você me fazia ser quando estava aqui ao meu lado.
E a dor continuava. Era insuportável." 

"(...) você sussurrou. Sua respiração quente batendo contra a minha pele, arrepiando-me. Assim como seus pequenos dedos dedilhavam a lateral da minha cintura.
Só você fazia-me ficar arrepiado de tal maneira. E ainda faz, apenas por lembrar isso... além das lágrimas, meu corpo estremece por completo.
- Pequeno... – eu sussurrei, entregando-me aos teus toques, fechando meus olhos.
- Você nunca vai me deixar, não é? – sua voz era receosa, porém doce como sempre.
Sempre quando falava de amor.
- Não pretendo. Não vou. Não quero. – eu respondi, deixando um sorriso brotar em meus lábios. Meus braços tomaram seu corpo, o abraçando de uma forma um tanto apressada. Querendo-o ao máximo grudado junto á mim.
O fiz subir seu corpo, abrindo meus olhos e o podendo ver agora o seu rosto rente ao meu. Os olhos azuis brilhavam, fitavam os meus de uma forma... você me faz ficar completamente tonto toda vez que me olha assim.
Olhava.
Eu deixei um sorriso enorme em meus lábios se formar e você aos poucos foi encostando sua testa na minha. Seus fios caiam agora pelo meu rosto e eu não ligava, eu queria apenas olhar em teus olhos. Guardar aquele momento.
E eu guardei, como guardei.
- Eu tenho medo. – você disse. E pela primeira vez pude ver seus olhos azuis se tornarem receosos.
Você tinha medo de quê?
- Perder você... – completou como se soubesse o que eu pensava. E sempre sabia. Era incrível como a sua mente era completamente interligada com a minha, e vice e versa.
Meu coração ficou apertado. Eu não gostava de pensar nessa possibilidade. Estava tão bom do jeito que estava. Digo, iria ficar melhor. Mas... eu não gostava de pensar. Causava-me um vazio fodido.
Esse vazio."

"Eu gostaria que você estivesse aqui. Nem que fosse apenas para me xingar, dizer o quão idiota eu sou. Ou... Apenas para amparar-me em teus pequenos braços, tentar esmagar-me com os mesmos. Sussurrar as malditas palavras de amor em meu ouvido.
Malditas agora. Não, me corrigindo... Nunca vão ser malditas. Elas são as únicas que me mantêm aqui.
Não firme, um bêbado imbecil e em pedaços não poderia ser considerado firme. Mas elas me fazem ter alguma esperança. Talvez volte á ser meu... Meu pequeno enorme amor. E único."

"Eu sinceramente não sei o que fez comigo, McCracken. Mas mesmo sabendo que talvez você não volte mais para mim, eu apenas te amo... amo cada vez mais. E dói, está doendo muito.
Dói escrever essas palavras, dói escutar essa música, dói até beber. Dói mais em mim do que em você, acredite. (...) Eu não queria que doesse assim. Eu queria você aqui, eu quero... eu preciso! Eu não agüento mais olhar aquela porta, esperando que você entre por ela."




(Três páginas no Word de quotes. Não acredito que me ocupei nisso. Definitivamente estou enlouquecendo.) 

domingo, 17 de maio de 2009

Maldita hora que resolvi ler essa fic. Cada detalhe me lembra você. Mesmo sendo uma Gert, ela diz tudo. O Bert dela é igual ao meu, igual à você.
Exceto que você não é meu, certo?
Talvez eu cole alguns pedaços aqui... é, talvez. Enquanto isso vou voltar a lê-la e chorar mais um pouco. Preciso tanto de você.
Odeio essas minhas recaídas. Odeio cada detalhe dessa maldita fic. Robert idiota. Eu odeio você, odeio.
E ainda assim, eu te amo.
Ainda te esqueço, McCracken. Ainda te esqueço.
Eu só quero te arrancar de mim. Quero deixar de ouvir essas músicas, esquecer nossos apelidos. Quero te odiar, se for preciso. Só não quero você.
Esse vazio, essa sensação de que vou me quebrar em pedaços a cada vez que falo contigo, fingindo estar bem, fingindo que absolutamente nada aconteceu aos poucos me consome. E eu não consigo. Sou monossilábico, chato até. Aí que percebo o quanto cansei. Cansei de viver de você. Cansei de tentar demonstrar o quanto amor eu tenho aqui e não receber nada mais que um "HEHE" em troca. Cansei também de quando diz sentir o mesmo. Eu sei que não, eu sinto isso.
E sei também que voltou com ele. Se essa suspeita se confirmar, aí sim eu vou querer morrer. E foda-se se for com outro, um dia vai ser assim... e no fim dá na mesma, não é? Eu machuquei pessoas por nós, eu movi mundos, eu fiz de tudo... Pra quê, se no fim ia voltar a ser tudo como antes? Se no fim, eu estou sem você, e você com outro? Isso mostra o quanto nossos momentos foram desnecessários. Você é desnecessário pra mim.

E ainda sim minha vontade é sair correndo e implorar pra ficar comigo, pra voltar a ser meu. Mais um beijo, uma foda, você em mim. Momentos, só momentos. E nunca vão voltar.

Eu te amo.

Eu não te quero mais.

Não mais.


(Gosh, que meu orgulho seja maior que meus sentimentos. Tem que ser.)

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Sentado aqui completamente sozinho, apenas tentando pensar em algo para fazer. Tentando pensar em alguma coisa, qualquer coisaapenas para me impedir de pensar em você. Mas você sabe que não está funcionando. Porque você é tudo que está em minha menteUm pensamento sobre você é o suficiente para deixar o resto do mundo para trás.
Sentado aqui, tentando me convencer que você não é a pessoa certa para mim. Mas quanto mais eu penso, menos eu acredito. E mais eu quero você aqui comigo. 
Bom, eu não pretendia que fosse tão longe como foiE eu não pretendia me aproximar tanto e dividir o que nós dividimosE eu não pretendia me apaixonar, mas me apaixoneiE você não pretendia me corresponder, mas eu sei que correspondeu.
Eu sei que não é a coisa mais inteligente a se fazerSimplesmente parece que nós não conseguimos fazer dar certo... Mas o que eu não daria para ter mais uma chance essa noiteMais uma chance hoje à noite.

A Lonely September - Plain White T's.

terça-feira, 12 de maio de 2009

(16:43) Foll V.: Não sei, realmente. Andava tudo estranho ultimamente, e ele veio pedir "um tempo". Eu acho que já esperava que isso fosse acontecer, acho. Mas...ah, estou muito mal, Luck. Muito mesmo ;;;
(16:44) Lucker.: Aw, cara, eu realmente não sei o que falar, e não é porque é com você, nunca sei, mais sabe... sempre costumo dizer, quando a pessoa não quer não adianta... você é demais pra ele, não fica assim, Foll. ;;
(16:46) Foll V.: Eu sei, e estou tentando levar numa boa, sabe? É que eu fiz tanto por isso, machuquei pessoas e ...acabou, depois de tudo. Odeio fracassar, odeio. Mas eu sei que vai passar, um dia vai.
(16:48) Lucker.: Você não fracassou, cara, você fez o que estava ao seu alcance, como você disse, machucou pessoas, enfim, achei que um dia eu pudesse ficar feliz ao receber essa notícia, mais não... me sinto tão mal ao ver você assim, cara, logo você...
(16:52) Foll V.: Quando eu digo que você não existe, que não pode falar mais nada, me diz isso. Eu te fiz tão mal e você é o primeiro a me ajudar, quando essa história toda termina. Mas olhe, vai passar, não fique mal em me ver assim, sim?
(16:52) Foll V.: Obrigado Luck, por ser tão especial pra mim. E me desculpe por ter que ouvir essas coisas. Eu amo você.
(16:53) Lucker.: Eu ficaria aqui o tempo que precisar...
E te ajudaria sempre, porque na verdade, quando você terminou comigo, foi você mesmo, o que mais me ajudou...




(Você não existe. Não existe mesmo, Luck. Eu esperava uma comemoração de sua parte, ou pelo menos um "eu te avisei". Mas não, com você é diferente, eu deveria saber. A cada dia me surpreende mais. Me faz gostar mais ainda de ti e... não tem noção do quanto eu queria poder amar-te da mesma forma. Ainda mais depois de tudo isso.
Merda de vida que insiste em ser injusta comigo. Maldito seja o dia que te deixei. Maldito.
Eu sou um estúpido e você não me merece. Me esqueça enquanto pode. Antes que a desgraça que me rodeia lhe atinja também e seja tarde demais.

Mas não me deixe agora leãozinho, eu ainda preciso de você.)

Viver agora, tarefa dura. De cada dia arrancar das coisas, com as unhas, uma modesta alegria; em cada noite descobrir um motivo razoável para acordar amanhã. Mas o poço não tem fundo, persiste sempre por trás, as cobras no fundo enleadas na lança. Por favor, não me empurre de volta ao sem volta de mim, há muito tempo estava acostumado a apenas consumir pessoas como se consome cigarros, a gente fuma, esmaga a ponta no cinzeiro, depois vira na privada, puxa a descarga, pronto, acabou. Desculpe, mas foi só mais um engano? E quantos mais ainda restam na palma da minha mão? Ah, me socorre que hoje não quero fechar a porta com esta fome na boca, beber um copo de leite, molhar plantas, jogar fora jornais, tirar o pó de livros, arrumar discos, olhar paredes, ligar desligar a TV, ouvir Mozart para não gritar e procurar teu cheiro outra vez no mais escondido do meu corpo, acender velas, saliva tua de ontem guardada na minha boca, trocar lençóis, fazer a cama, procurar a mancha de esperma nos lençóis usados, agora está feito e foda-se, nada vale a pena, puxar cobertas, cobrir a cabeça. E quem se importa? Apagar a luz e mergulhar de olhos fechados no quente fundo da curva do teu ombro, tanto frio, naufragar outra vez em tua boca, reinventar no escuro do teu corpo de moço homem apertado contra meu corpo de moço homem também, apalpar as virilhas, o pescoço, sem entender, sem conseguir chorar, abandonado, apavorado, mastigando maldições, dúbios indícios, sinistros augúrios, e amanhã não desisto. Te procuro em outro corpo, juro que um dia te encontro.

Não temos culpa. Tentei. Tentamos.


Caio F. Abreu - Anotações sobre um amor urbano.